Diferenças entre pesca artesanal e pesca industrial

Você sabe qual a diferença entre a pesca artesanal e a pesca industrial? A pesca artesanal e a pesca industrial diferenciam-se principalmente na escala, métodos e processos de captura, objetivo e impacto ambiental.

O que é a pesca artesanal?

A pesca artesanal é uma forma de captura de espécies aquáticas usada há séculos. Geralmente é realizada por pescadores profissionais que usam pequenas embarcações costeiras como canoas e jangadas. Eles também podem utilizar instrumentos como arpões, anzóis e redes para capturar peixes. Esta atividade é responsável por 31% da produção de pescado no Brasil.

E o que é a pesca industrial?

Diferente da pesca artesanal, a pesca industrial é altamente mecanizada, e portanto utiliza sonares e outros equipamentos modernos para localizar cardumes e maximizar a eficiência da captura.
Eles são equipados com redes, armadilhas, arpões e equipamentos para conservar e congelar as espécies capturadas. Além disso, usam técnicas como fundeio, emalhe, cerco e espinhel para aprisionar os animais.
Atualmente, esta forma de pesca é responsável por cerca de 69% da produção de pescado brasileiro.

Impactos ambientais da pesca industrial

Por outro lado, a pesca industrial produz maiores impactos negativos quando comparada à artesanal. Afinal, ela é feita com o auxílio de grandes embarcações e utilizando equipamentos avançados. Nesse sentido, seus principais prejuízos à natureza incluem:

  • Sobrepesca: os navios industriais acabam capturando grandes quantidades de peixes-alvo, o que resulta em um declínio nos estoques de diferentes espécies;
  • Captura acidental de espécies não-alvo: além dos peixes, acabam sendo capturadas tartarugas, peixes-boi, golfinhos e outras espécies ameaçadas de extinção;
  • Poluição do ar e da água: os combustíveis dos navios industriais liberam grandes quantidades de poluentes no ar e na água, o que resulta em danos ambientais a longo prazo;

Além disso, há o descarte de lixo plástico nos oceanos, responsável pelo grande número de morte de espécies aquáticas.

Como o Brasil trata a pesca artesanal e a pesca industrial?

No Brasil, a pesca industrial e a pesca artesanal convivem e contribuem para a produção de pescado. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2020, a produção total de pescado no Brasil foi de cerca de 729 mil toneladas, sendo 45% provenientes da pesca industrial e 55% da pesca artesanal.
Apesar dos desafios existentes por aqui, como a necessidade de melhorar a gestão dos recursos pesqueiros e garantir a sustentabilidade das atividades, é a Lei nº 11.959/09 que regula as atividades pesqueiras no país. Esta Lei dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca.
De acordo com este dispositivo legal, os órgãos competentes devem garantir a proteção dos ecossistemas marinhos, a manutenção do equilíbrio ecológico e o uso sustentável dos recursos naturais para permitir o exercício das atividades pesqueiras.
Além disso, os órgãos fiscalizadores proíbem a retirada de espécies em quantidade superior ao permitido. Chamamos isso de sobrepesca.

É possível praticar uma pesca sustentável?

De acordo com o ODS 14 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU – Vida na Água), conservar os ecossistemas aquáticos e os recursos marinhos é essencial para o desenvolvimento sustentável do planeta.
Para isso, no entanto, é preciso que governos, comunidades pesqueiras e população adotem algumas estratégias, como por exemplo:

  • Criação de políticas públicas para proteger os ecossistemas marinhos e a fazer a correta gestão das populações de peixes;
  • Como por exemplo, estipular limites de captura e coibir o uso de determinados equipamentos que possam causar danos aos habitats aquáticos;
  • Estimular a pesca seletiva, modalidade focada apenas nas espécies-alvo;
  • Compartilhar informações e boas práticas com outros pescadores e com a comunidade local, para que todos possam desfrutar de uma pesca sustentável.
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